Diante de todos os desafios que a vida nos apresenta, é normal que haja situações e circunstâncias que fazem com que nos sintamos perdidos e sem saber como seguir adiante. Seja por nos sentirmos sem opções ou com opções demais, ou mesmo porque ficamos aflitos por não sabermos o que vai acontecer, muitas vezes meramente pensar sobre o assunto pode nos trazer uma grande angústia.
Alinhar os prós e contras das opções e acessar os riscos de cada escolha ajudam até certo ponto, mas muitas vezes não são suficientes para que nos sintamos seguros ou confortáveis o suficiente para decidirmos como proceder.
Três coisas que podem te atrapalhar:
1. Ignorar o que você sente
Muitas pessoas chegam à clínica indignadas consigo mesmas por estarem indecisas ou por acharem que deveriam reagir mais rápido ao que está acontecendo. O fato de estarem tão mobilizadas com uma questão as incomoda tanto, ao ponto que tentam deixar de lado esse estranhamento que sentem. É importante aceitar o quanto uma questão está mexendo com você antes de conseguir lidar com ela, assim como perceber que é injusto se cobrar e ser cobrado de uma resposta rápida com relação a assuntos importantes.
2. E se…
Estamos em um mundo em que as possibilidades dos eventos mudarem de rumo é infinita, e assim, é impossível termos o controle de tudo o que vai acontecer em todos os momentos. Se prender ao que pode ser que aconteça e tentar prever com exatidão todas as consequências pode ser um caminho paralisante. Não temos como saber com certeza, e, portanto, não tem como dependermos desse tipo de informação para decidirmos o que é melhor.
3. Pressa
Abraçar o caos e a pressa para uma resolução sem se dar conta da procedência dessa urgência pode ser um problema. Algumas vezes a pressa é muito mais algo que colocamos para nós mesmos do que uma ameaça em si. Tendo a escolha, pode ser muito prejudicial nos forçarmos a tomar uma atitude antes de estarmos prontos.
Afinal, o que é importante ser considerado?
Não existe um único caminho ou uma única maneira de se proceder em situações difíceis. Mesmo que outras pessoas tenham passado por situações parecidas, nem sempre as soluções, tão pouco as consequências, serão as mesmas.
Há vários aspectos que podem ser olhados para que cheguemos a uma decisão. Dentre outras coisas:
● As preocupações e medos que temos com relação a cada escolha, assim como de onde esses medos estão vindo;
● Os valores e prioridades nas nossas vidas e de que maneiras elas se qualificam como prioridades;
● Entender as pressões que sentimos diante daquela decisão, encontrando o equilíbrio entre saber que uma resolução é importante, mas sem nos forçarmos a decidir antes de estarmos prontos;
● Compreender aspectos importantes em nossas vidas que impactam nossa maneira de enxergar aquela situação;
● Pensar com cuidado sobre os possíveis efeitos daquela escolha na vida de outras pessoas e considerar que tipo de “riscos” e consequências estaríamos dispostos a bancar;
● Entre outros aspectos.
A complexidade pode ser muito grande, e nesses momentos pode fazer sentido buscar a psicoterapia a fim de que um profissional te ajude a organizar e olhar para todas essas questões. Tudo bem recorrer a uma ajuda externa quando tudo isso parece confuso e complicado.
É importante lembrar que nós temos controle apenas do que já sabemos, do que já vivemos e das experiências que tivemos. Talvez não dê para sempre prever onde vamos chegar, mas é possível encontrar paz ao perceber de onde exatamente estamos partindo e ao compreender nossas escolhas passadas.