Faz parte do mundo em que vivemos sentir as emoções e ter reações diante delas. É normal sentirmos raiva, tristeza, alegria, entre outros durante a nossa vida toda, pois faz parte do ser humano. Por isso é importante compreender o que estamos sentindo, reconhecer e saber a maneira certa de agir. E isso depende muito da Maturidade emocional.
Não podemos exigir de uma criança que ela consiga regular as suas emoções de primeira ou em todas as vezes e momentos, porque simplesmente aquele cérebro não está pronto para isso, o sistema límbico da criança que cuida da parte emocional não está totalmente formado.
E é nesse momento que se faz necessária a ajuda de um adulto para que a criança faça todo esse processamento das emoções.
Regulação emocional é a habilidade de gerenciar e responder as nossas emoções de maneira saudável e equilibrada. Isso não significa ignorar ou esconder o que sentimos, mas sim entender as nossas emoções e saber expressa-las de forma adequada.
A regulação emocional tem um papel fundamental na maturidade psíquica, pois auxilia nossos relacionamentos interpessoais em vários contextos, ambientes e situações e a sermos mais resilientes aos desafios, proporcionando menores níveis de estresse e maior bem estar emocional.
Como trabalhar a regulação emocional?
1) Orientação parental como rede de apoio.
As crianças não nascem com a capacidade de regular suas emoções. Elas vão aprendendo essa habilidade através da sua interação com o meio em que vivem, principalmente com a sua interação com os pais e cuidadores e dividir o seu sentimento com alguém de forma afetiva é muito bom.
Não deixe a criança chorar ou se regular sozinha, isso é muito mais difícil. Gostamos de saber que somos amados (isso interfere na autoestima e insegurança daquela criança) dá para ser amado mesmo estipulando regras. Por isso, nesse momento o acolhimento é muito importante. ex.: dizer: “eu imagino o quanto deve estar se sentindo triste por não poder jogar bola neste momento, pode compartilhar a sua emoção comigo. Quer um abraço?”
2) Psicoeducacão emocional.
É preciso conhecer as emoções existentes: 5 principais emoções: alegria, tristeza, nojo, raiva e medo e depois adicionar outras mais complexas como amor e ansiedade.
E existem Diversas formas de fazer isso, como jogos, desenhos, o filme “Divertidademente”, livros, etc. ex.: “hoje a mamãe está sentindo raiva porque sem querer quebrou um vaso. Você já se sentiu dessa forma?” ou “o que acha que esse personagem está sentindo? Por quê está se sentindo dessa maneira?”
3) Autoconhecimento.
Após nomear é preciso reconhecer a emoção em seu corpo. Cada um sente as emoções de forma diferente, o jeito que o nosso corpo interpreta e organiza aquela emoção é diferente (a Maria com raiva tem vontade de chorar e gritar, o João com raiva tem vontade de jogar as coisas e o Lucas de bater) e é preciso descobrir como é que a sua criança sente para então ensinar maneiras mais adequadas de reagir como: chorar, respirar, conversar, desenhar…
Nesses momentos o adulto será o “tradutor” da criança, vamos comunicar o que ela está sentindo e de que forma está sentindo isso. Para relacionar nome com a reação.
4) Prática.
Nós adultos já sabemos o que queremos fazer para se autorregular (ficar no escuro, ir para o quarto, se isolar, sair para correr), mas a criança muitas vezes não sabe fazer isso sozinha, então precisamos dar possibilidades a ela.
Ensinar novas estratégias para que a criança consiga se regular emocionalmente. Como: Criar em casa um canto da calma com coisas que ajudam essa criança a se acalmar (um cantinho acolhedor com um tapete ou um ursinho de pelúcia), um quebra cabeça, uma leitura, alguma técnica de respiração e autocontrole, uma música.
Nenhuma emoção é considerada boa ou ruim. Elas são todas essenciais para a sobrevivência da espécie humana e possuem funções distintas. As crianças, ao serem auxiliadas a regular suas emoções, irão aprender habilidades que serão úteis durante a vida inteira.
Através da regulação emocional, elas aprendem a compreender melhor seus estados emocionais, lidar melhor com situações de frustração na vida ou momentos difíceis e a comunicar de forma assertiva o que estão sentindo e o que precisam do outro.
Elas descobrem maneiras de como lidar melhor com as outras pessoas, melhorando sua socialização. E o processo psicoterapêutico proporciona esse momento de aprendizagem das emoções e auto regulação.