Festas de Fim de Ano: E se não quero festejar?

Dezembro chegando ao fim e se aproximam as festas de fim de ano. Natal e Ano novo são momentos que nos remetem a comemorações, retrospectivas, às esperanças para o futuro, familiares e amigos. Por esse motivo, é um momento que pode se mostrar muito difícil, principalmente quando pensamos sobre perdas.

A todo momento, mas especialmente considerando o contexto da pandemia, temos pessoas lidando com a morte de entes queridos, términos de relacionamentos, trabalhos ou quaisquer outros processos ou fatores importantes em nossa vida; lidamos com a reflexão sobre como nossos contextos e maneiras de viver mudaram; e sobre as nossas (espera)nças para o futuro.

Assim, é importante refletirmos sobre o fato de que as pessoas, em suas individualidades, podem estar passando por momentos muito difíceis, podem estar ressignificando datas especiais depois de grandes mudanças, podem ter memórias ruins relacionadas ao momento, ou até mesmo, em meio ao momento complicado, serem relembradas de “como as coisas costumavam ser boas” e se sentirem melancólicas com a realidade.

Contudo, todo o mundo à nossa volta nos diz que devemos estar felizes e em espírito de comemoração. Vivemos em uma sociedade que em vários momentos não nos dá a permissão de seguirmos o nosso tempo e vivermos nossa dor, e assim, nesse contexto, nós mesmos não nos damos permissão de sentirmos o que estamos sentindo.

Nos sentimos culpados por não estarmos na mesma “sintonia” com o resto do mundo e sentimos que não estamos adequados naquele momento e lugar. Dessa maneira, é comum que tentemos ignorar a dor, fingir que está tudo bem ou diminuirmos a dimensão das nossas emoções. Pode ser que essas estratégias funcionem por algum tempo, mas há também a chance de que isso nos cause adoecimento.

Respeite o seu próprio tempo

O final do ano pode ser um momento para nos conectarmos ao que é importante, reconhecermos sim o que foi bom, mas precisamos lembrar de olharmos para a nossa vivência a partir de uma perspectiva realista e também gentil com nós mesmos, sobre o que foi possível e o que tem sido possível em cada uma de nossas realidades, dando-nos tempo e espaço para processarmos nossas perdas e tristezas.

Muitas vezes, as grandes promessas de mudanças revolucionárias, momentos de alegria, novos ciclos e superações que a mídia e o senso comum nos ensinam a esperar nesse clima de festividades, silencia, reprime e cala quaisquer sentimentos que não sejam condizentes com a felicidade que é esperada no momento, e assim, esquecemos que cada um de nós está em “ciclos” diferentes, trilhando caminhos e desafios diferentes.

Cada um de nós possui um tempo diferente e é importante que respeitemos esse tempo. É compreensível que tentemos buscar maneiras e estratégias para nos sentirmos felizes e alegres, contudo antes de tudo isso acontecer, é importante que possamos reconhecer, acolher e dar espaço ao que sentimos. Quando somos sinceros em relação ao que sentimos, abrimos caminho e espaço para que possamos nos curar, nos escutar, crescer, ressignificar e, aos poucos, ir fazendo escolhas que fazem sentido para a nossa vida.

Durante o período de festas, tente respeitar o que sente, e se for necessário ter um espaço e um momento sozinho, e se isso for o que faz sentido no momento, acolha-se.

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