Seria bom se, no momento que descobríssemos que vamos ser pais, viesse junto com o bebê um manual, explicando passo a passo, fase a fase, como auxiliar no melhor desenvolvimento desse novo ser.
Seria bom, mas na realidade somo jogados em um furacão de fraldas, necessidades e gastos previstos e não previstos onde assim que nos acostumamos com o comportamento e pensamos “ah puxa, agora consegui” tudo muda e vem ai o desfralde, adaptação escolar e a mais temida de todas: a adolescência.
Dentro de todas as infinitas imprevisibilidades da vida, em algum momento percebemos e temos a coragem de admitir que nossos filhos precisam de uma ajuda maior do que aquelas que estamos aptos para oferecer no momento. Seja um comportamento inadequado, um choro constante ou até mesmo um silencio não habitual, algo desperta em nós a necessidade de entender o que está acontecendo de errado.
São nesses momentos que muitos pais (ou cuidadores e até mesmo escolas) recorrem ao psicólogo.
Gostaria muito de poder dizer que nós psicólogos temos uma fórmula mágica, uma receita de bolo onde se seguirmos passo a passo, curamos a enurese, problemas escolas e o comportamento auto lesivo (quando a criança ou adolescente se machuca de propósito) do paciente. A realidade é que os resultados dependem. Dependem principalmente da atuação dos pais como coterapeutas.
Na psicoterapia infantil o profissional possui a tarefa de instrumentalizar o paciente a respeito dos seus sentimentos e os pensamentos que o controlam, ajudar os pequenos e os grandes, a perceber o que é que podem fazer com o que tem em mãos.
Levando em conta a maturidade cerebral (esse cérebro que só fica todo completo lá pelos 20 anos), as crianças e adolescentes são mais sucessíveis às modificações do ambiente do que os adultos. Dentro do setting terapêutico esse ambiente é muito bem controlado, sem os gatilhos que oferecem as possibilidades dos comportamentos problemas aparecerem. No setting eles aprender a lidar melhor com os sentimentos e aprendem estratégias melhores, mas é na vida real que conseguem colocar em prática.
É na vida real que os pais se tornam os parceiros de trabalho do psicólogo.
Tá, mas como ajudar o filho ansioso se nós mesmos temos nossas próprias ansiedades?
Em conjunto com o processo psicoterapêutico infantil muitas vezes também se inicia o processo de orientação parental.
Para além dos feedbacks terapêuticos necessários desse processo, nas sessões mensais (ou quinzenais) de orientação é passado para os pais formas de enxergar o parentar sob uma perspectiva diferente. Entre esse “passo a passo” se estabelece em sessão: expectativas realistas para o problema, estratégias para definir o problema, estratégias para ajudar os pais a aumentarem os comportamentos desejáveis e mais saudáveis dos filhos e principalmente, casar as vontades e necessidades dos pequenos com a rotina e possibilidades da família sem o uso de punições negativas.
Na orientação parental não há uma receita de bolo certa nem um discurso sobre como educar ou não nossos filhos, mas há um acompanhamento e instrução de como tornar aquilo que fazemos de bom, melhor ainda.
Informe seu e-mail abaixo para entrar para nossa lista de assinantes e receber novidades e conteúdos exclusivos do Projeto Sakura!
[wysija_form id="1"]