Desde muito tempo, através da evolução da nossa espécie, nosso corpo desenvolveu maneiras de lidar com o medo.
O medo é um sentimento necessário para a preservação da vida, é ele que nos impulsiona a fugir de um leão ou nos prepara para lutar, caso não haja outro jeito.
No entanto, quanto mais evoluímos como sociedade, as chances de nos depararmos com um leão diminuíram drasticamente, exceto que o medo continua aqui, com a gente, pronto para nos ajudar a lutar ou a fugir.
Quando nos deparamos com uma situação ameaçadora, imediatamente é acionado em nosso corpo uma resposta ao stress e à ansiedade, nosso coração acelera, glândulas expelem hormônios necessários para a luta ou fuga e nosso cérebro desliga para todos os demais estímulos, focando somente na situação ameaçadora.
Mas o que é uma situação ameaçadora nos dias de hoje?
Vale ressaltar que na primeira infância e em até grande parte da adolescência, estamos em constante aprendizagem e construção de nós mesmos, dependemos quase que exclusivamente do feedback das pessoas ao nosso redor para entendermos a melhor forma de agir, e também, de entender o que é nocivo ou não. Para uma criança, uma situação ameaçadora pode ser a separação dos pais, o bullying na escola, negligência parental, exposição ao uso de drogas ou qualquer situação na qual a criança entenda que está em perigo (social ou não).
Quando se lida com o stress de forma positiva, é esperado que o corpo logo volte para seu estado natural, encontre novamente a calma e o cérebro passe a desempenhar outros papéis e volte a ser estimulado e a se desenvolver. No entanto, quando não há resolução para a situação adversa e a criança é exposta constantemente às situações que desencadeiam a resposta ansiosa, há então o envenenamento do sistema psíquico e físico da criança pelo estado permanentemente em alerta do cérebro.
Dentre os malefícios à exposição constante ao stress, observaram-se atrasos no desenvolvimento (tanto escolar como emocional, afetando raciocínio e aprendizagem), diabetes, cardiopatias, além de doenças psicológicas como a depressão.
O stress tóxico pode ser evitado com a presença de adultos acolhedores que saberão manejar o ambiente para a eliminação da “ameaça”, bem como acolher o sentimento e angústia infantil, assegurando estabilidade e um ambiente estimulante para o desenvolvimento saudável.
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