Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento consistente no número de mortes por suicídio nos últimos 10 anos, principalmente entre os jovens. O suicídio é um fenômeno complexo, que pode ter diversas causas, mas na maioria das vezes está ligada a transtornos psicológicos, tais como a depressão.
Neste mês está acontecendo o Setembro Amarelo, uma campanha de prevenção ao suicídio cujos principais objetivos são conscientizar as pessoas sobre esse tema e informá-las sobre as maneiras em que o suicídio pode ser evitado.
Muitas vezes a pessoa que considera o suicídio tem uma sensação muito grande e esmagadora de desesperança, de que não há com quem ela possa contar, ou mesmo que uma ou várias situações desesperadoras não vão ter um fim. Diante disso, pode parecer que a única maneira de superar aquele momento é interromper a própria vida.
Algumas coisas para NÃO falar para alguém que considera o suicídio:
1. “COMO QUE VOCÊ PENSA EM UMA COISA HORRÍVEL DESSAS? TIRA ISSO DA CABEÇA”
Falar isso vem como um julgamento que além de não fazer com que a pessoa pare de pensar sobre isso apenas a impede de conseguir conversar sobre o sofrimento pelo qual ela passa. A pessoa se cala e perde o espaço para conseguir conversar sobre o que está acontecendo, podendo se sentir ainda mais sozinha, desamparada ou isolada.
2. “VOCÊ TEM TUDO. TEM TANTA GENTE EM SITUAÇÃO PIOR QUE A SUA”
Cada dor é sentida por pessoas diferentes, em situações diferentes, de maneiras diferentes. Não existe e não faz sentido uma comparação de quem sofre mais. O sentimento de desesperança ou angústia é individual e ninguém pode saber como é o de outra pessoa. Dizer isso apenas desvalida os problemas da pessoa.
3. “VOCÊ SÓ PRECISA SER FORTE, TER FORÇA DE VONTADE E PENSAR POSITIVO”
Se sentir desesperançoso não tem a ver com ser forte ou ser fraco, com ter força de vontade ou não e simplesmente pensar positivo não resolvem questões que causam o sofrimento da pessoa. Essas são simplificações nocivas de como superar o problema e fazem a pessoa se julgar ainda mais por estar mal. O problema é mais complexo do que um mero “pensar positivo”.
O que posso fazer?
Se coloque aberto para escutar essa pessoa. Acolha sem julgamentos, sem menosprezar e sem simplificar o problema. Você não precisa ter as respostas e soluções para os problemas das pessoas, mas você pode dar espaço para que essa pessoa possa falar sobre o que está acontecendo.
Você pode oferecer ajuda a essa pessoa para buscar ajuda de profissionais da saúde como psicólogos e psiquiatras; ou sugerir contato com serviços como os oferecidos pelo CVV (Centro de Valorização da Vida). Em caso de risco iminente, não deixe a pessoa sozinha, peça ajuda, se possível, a profissionais de saúde ou mesmo a pessoas nas quem ele(a) confia; se morar com a pessoa com quem se preocupa, tenha cuidados para que a pessoa não tenha acesso a coisas com as quais possa se machucar.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Mortalidade por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas no Brasil. Boletim epidemiológico, Brasília, v.52, n.33, Set. 2021. Disponível em: www.saude.gov.br/svs
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA (ABP). Suicídio: informando para prevenir. Brasília: CFM/ABP, 2014.
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