Saúde mental materna. Quem cuida da mãe?

A saúde mental materna está diretamente relacionada às questões voltadas ao adoecimento e sobrecarga emocional da mulher moderna.

Com a chegada da maternidade há uma enorme romantização: o que se espera é que seja uma fase de plenitude, marcada por alegrias constantes relacionadas a divina experiência de gerar e trazer um novo ser.

Contudo, várias mulheres relatam tristeza, ansiedade, insegurança, culpa e/ ou arrependimento que afetam de maneira significativa seu estado psíquico, emocional e o bem-estar materno.

O bem-estar materno, a saúde mental da mãe é frequentemente desconsiderada. Há inúmeros relatos de gestantes e também puérperas que se encontram em situação de risco, mal-estar e não são assistidas. São sufocadas por suas feridas abertas.

Com isso acabam perdendo a oportunidade de tratarem tais situações e podem comprometer o desenvolvimento saudável do período. O que pode em algum momento acarretar no adoecimento da mãe e filho. O adoecimento materno mais comuns e apontados no período gestacional são a ansiedade, estresse crônico e a depressão.

Com os cuidados e preparativos voltados a chegada do bebê muitos sintomas, na maioria das vezes não são levados em consideração pela família, pelo acompanhamento médico e podendo ser também ignorados pela própria gestante.

Devemos destacar que tanto a ansiedade quanto a depressão gestacional são fatores de risco para a depressão pós-parto e precisam receber assistência. Neste aspecto é vital que o acompanhamento as puérperas, gestantes e tentantes se estenda para além da saúde física. Que a saúde mental seja igualmente considerada, avaliada e acompanhada com um pré-natal psicológico, direcionado a promoção de apoio, estratégias e possibilidades viáveis para lidar com as questões que comprometam a saúde mental da mulher ao longo da maternidade.

Dicas práticas de autocuidados que vão contribuir para a saúde mental da mulher:

  • Aprenda a descansar. Planejar o descanso diário, necessário e efetivo previne paradas drásticas e forçadas ocasionadas por produtividade excessiva e adoecimento.
  • Priorize a boa noite de sono. Deixar as telas de lado uma hora antes de dormir faz muita diferença.
  • Avalie as urgências. Em um mundo de tão fácil acesso às pessoas, respostas rápidas são esperadas, mas é necessário responder na hora?
  • Tenha ao seu lado pessoas que te ofereçam apoio, não te julgam ou sugam suas energias. Manter amizades verdadeiras é uma troca benéfica para as relações e para a saúde mental.
  • Não se comparar. Principalmente nas redes sociais onde parece que a maternidade é perfeita. Mães estão em constante busca de sua melhor versão, versão possível, que materna dentro das suas possibilidades. Cada gestação tem sua história, uma ciclicidade que precisa ser respeitada e acolhida.
  • Seja gentil com você mesma. Considere que você está aprendendo a ser mãe, que você é nova nessa nova função na sua vida. Reconheça você mesma.
  • Não reprima seus sentimentos. O choro literalmente põe a tristeza para fora liberando ocitocina e endorfina, trazendo a sensação de bem-estar capaz de amenizar a dor física e emocional.
  • Fique atenta com a duração e persistência da tristeza e paralisação: caso você ficar sem vontade de se cuidar, se alimentar e cuidar do bebê, busque ajuda.

 

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