Claro que o cuidado, carinho, proteção e afeto, são essenciais na relação entre pais e filhos, porém cuidados exagerados podem impedir a criança de aprender que é capaz de descobertas, aprendizados e superações.
Cito algumas situações que podem afetar o desenvolvimento normal das crianças: um bebê que não experimenta brincar no chão, se apoiar para levantar sozinho, permanece a maior parte do tempo em locais cercados (protetores acolchoados) poderá ter dificuldades para engatinhar e andar, dependendo do grau deste atraso poderá atingir outros aspectos do desenvolvimento que afetará seu processo de aprendizagem escolar alguns anos depois.
Outra situação comum é sobre o início da fala, normalmente até os dois anos de idade faz uso de diversas palavras comuns da rotina familiar, pedidos de água, comida, brinquedos preferidos, mas alguns pais sem perceber, diante do balbucio do bebê, apontando algo na direção do que quer, correm para atender o pequeno “reizinho” ou “princesinha! O choro, a birra, a manha são comportamentos que os bebês podem aprender bem cedo o que pode causar nos pais “desespero”.
Como cuidar e proteger sem fazer pelo filho? Tomando cuidado e atenção com os locais que ele vai circular, mostrando os riscos e apontando as consequências de acordo com o comportamento da criança e sua idade. Por exemplo: a criança é alertada pelos pais para ter cuidado e não pisar no carrinho que está no chão, porém durante a brincadeira pisa e chora de dor, cabe aos pais primeiro verificar que não houve nenhum machucado sério e imediatamente após dizer para a criança que isto ocorreu porque não guardou seu brinquedo como havia sido pedido, que o brinquedo não se move sozinho, precisa de uma pessoa para tirá-lo de onde está, mas a criança que é esperta e inteligente poderia ter prestado mais atenção e evitado pisar no mesmo. Isto será falado de uma maneira afetiva, mas destacando a responsabilidade da
criança no fato ocorrido.
A autonomia deve estar presento na educação durante toda a vida da criança, sempre coerente com suas condições físicas e emocionais, respeitando os limites colocados pelos adultos que as protegem adequadamente permitindo as descobertas de suas capacidades, assim iremos educar filhos mais seguros e preparados para a vida.
Privar e proteger interfere no progresso físico e psicológico das crianças. A Proteção deve existir na medida certa.
Texto publicado na Revista Guia JP, em setembro de 2014.
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