Dentro da ciência e estudos da psicologia existem algumas abordagens, como terapia Gestalt, Psicanálise, Sistêmica, entre outras e elas se diferenciam na maneira com que o psicólogo estuda e percebe o indivíduo. Uma dessas abordagens é chamada de Psicologia Comportamental, que tem como objetivo estudar o comportamento humano e a sua relação com o meio.
A Psicologia Comportamental é uma ciência composta por três aspectos:
1) Behaviorismo Radical: que é o embasamento teórico ou a filosofia que se fundamenta;
2) Análise Experimental do Comportamento: é o campo que estuda os processos básicos do comportamento e como os organismos se comportam por meio da experimentação; e,
3) Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que analisa de que forma esses conhecimentos anteriores podem ser utilizados e aplicados para melhorar a qualidade de vida humana com intervenções comportamentais. E é sobre esse terceiro pilar que iremos abordar neste texto de forma sucinta.
ABA é a abreviação para Applied Behavior Analysis. Conhecida também como Análise do Comportamento Aplicada. É um método científico com comprovação de aplicabilidade que tem como objetivo observar, analisar e explicar a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem para que sejam feitos uma intervenção, modificação comportamental e um ensino de novas habilidades, promovendo uma melhor qualidade de vida ao indivíduo.
O nosso comportamento muda de acordo com o contexto e as pessoas, e conforme a consequência (reforço) nós tendemos a diminuir ou aumentar aquele comportamento. A terapia ABA Consiste em um conjunto de procedimentos e intervenções individualizadas destinados a aumentar comportamentos positivos e ensinar novas habilidades, que possibilitem a pessoa a generalizar esses comportamentos para diferentes ambientes e situações.
O objeto de estudo é o comportamento. “Em qual ambiente este comportamento está sendo reproduzido?”; “por que este comportamento está acontecendo?”; “qual é o reforço desse comportamento?”, essas são algumas perguntas que os aplicadores em ABA vão precisar responder.
Essa ciência é utilizada por profissionais formados em qualquer âmbito ou área, como em um ambiente hospitalar, em uma clínica, escola, etc. Porém, ficou mais conhecida pelos resultados eficazes com pessoas com Transtornos do neurodesenvolvimento como: Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual.
ABA NOS TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO
A Análise do Comportamento Aplicada é uma ciência da aprendizagem indicada pela Organização Mundial da Saúde para pessoas com desenvolvimento atípico, principalmente o autismo.
As estratégias e técnicas usadas nas intervenções baseadas em ABA auxiliam no ensino de novas habilidades, possibilitando uma maior independência do indivíduo. Habilidades relacionadas a comportamentos básicos que são importantes para uma melhor qualidade de vida como aprender a falar, ler, contar, apontar, imitar; ou comportamentos que exigem mais treinamento como comprar algo no mercado sozinho, fazer amizades e cumprir regras.
Para isso uma intervenção ABA necessita de:
1) Avaliação individualizada. Avaliar quais comportamentos estão em excesso e prejudicando a vida daquele indivíduo ou quais comportamentos estão em déficit. Nesse ponto é importante destacar que envolve os marcos do desenvolvimento (o que é esperado em determinada fase ou idade);
2) Definir objetivos. Como ou com o que trabalhar para diminuir ou aumentar tais comportamentos, e depois generalizar isso. Aqui destacam-se as “cunhas comportamentais” que significa a hierarquização dos comportamentos (ex.: para que o indivíduo escreva é importante treinar o movimento de pinça e imitação); e,
3) Criar um programa de ensino, com comportamentos mensuráveis e bem descritos, e folhas de registro. O reforço positivo é importante em todo o processo da intervenção e se caracteriza por oferecer um estímulo a uma resposta desejada fortalecendo o comportamento, dessa forma é de suma importância a participação dos pais e cuidadores para que tenha um resultado satisfatório.
